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O que muda é o selo

Não há nada novo não, já aviso. Essa é só mais uma das mesmas cartas, falando sobre as mesmas coisas, os mesmos quereres, prum mesmo destinatário. Se tu, meu bem, cansar de ouvir sobre essa mesma paixão, queime as páginas ou carimbe os envelopes pra que me devolvam essas palavras repetidas. Não que eu vá abri-los. Até eu cansei dessa ladainha.

É que hoje tive espaço pra (re)pensar nos seus olhos. Que vêm com um sorriso que~ ai, me apaixonei de novo. E é isso todo dia.
Hoje não é diferente de ontem. Digo, talvez quanto à esperança cada dia se torna mais um ladrilho na estrada. Um a mais na conta final. Um espaço que soma entre mim e a crença. Parece que hoje não é o dia dos fiéis.

Mas aí me lembro do jeito que você me olha quando repito a canção. E, feito palhaço bobo que tira alegria de cão vira-lata, abro um sorriso daqueles de fotografia. Aí suspiro mais uma vez e repito pra mim que um dia vou poder te olhar como quem possui o que tanto lhe custou.

E me volta à memória aquela cara que você faz quando eu acerto as palavras. Esqueço a conta dos ladrilhos e volto a olhar o céu catando estrela cadente que me traga você.

Ai, quando eu conseguir...

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