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Mostrando postagens de setembro, 2012

Revolução - Série Sinas

Tinha menos de vinte anos e não mais ganhava presente de 12 de outubro. Era uma revolucionária! Não concordava com a cor do céu. Um dia pintando uma tela desgostou do azul e despejou um tom de rosa; de repente achou que o mundo seria mais bonito se o céu fosse rosa. Se imaginou no meio de mil gurias, cartazes e pinturas de guerra em rosa, baldes de tinta e gritos por um mundo mais bonito e feminino. Mas estava no sofá assistindo novela e tentando impedir o anti-heroi de atacar o mocinho, com frases imperativas de boas intenções. De boas intenções o inferno está cheio, pensou. Então quis criar uma bandeira anti-inferno. Devia existir só céu e terra! Se imaginou na rua com mil outros gritando "ABAIXO O INFERNO!". Caras pintadas e placas contra o capeta. Mas estava agora com pipoca e sorvete, chorando no edredom com o fim do filme de romance. Sua sina era ser jovem. Então, ela era.

Café - Série Sinas

Desde de manhã tinha suas tradições. Era o primeiro a levantar pra por a mesa do café. Colocava o leite pra esquentar, pegava quatro canecas e dispunha na mesa. Margarina, requeijão, uma faca. Desligava o leite, tampava a panela e ia comprar pão, quando tinha trocado. Chegava, colocava na mesa a sacola, coava o café. Depois de tudo pronto, tirava os pães da sacola e colocava em uma vasilha mais bonita pra dar vontade de comer. Acordava os filhos, pra tomarem banho. Bem cedo. Depois, só depois, ele pegava uma caneca, colocava leite, café, açúcar e mexia. Sentava-se na cadeira que dava visão pra entrada da cozinha. Vinham os filhos e reclamavam do pão. Ele dizia pra não acordarem a mãe. E tentava ser bom pra ela. Dirigia como quem precisava viver. Sua sina era ser pai. Então, ele era.

Jasmim

Vi a flor, tal qual ela não havia e vez ou outra se dizia a mais feia da estação. Há muito tempo não escrevo poesia, mas nunca como nela via uma maior inspiração. A flor que de tão bela se explodia muitas vezes não se via com essa admiração E a mais bela se regava todo dia porque ali ninguém havia que fizesse tal questão. Flor selvagem numa era apareceu e vendo a bela se encheu de um amor quase sem fim. Quis cuidar, tirar a bela de tal breu, onde nada nunca lhe deu atenção de flor jasmim. E se fez cama, em pressa logo lhe aqueceu, e num pulo se esqueceu o quanto a vida era ruim. E num segundo logo a dama percebeu, que o amor dela era eu e que ela era só pra mim.