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Mostrando postagens de janeiro, 2013

Inércia

As coisas ficaram embaçadas, o coração batia pesado, com um barulho abafado pelo peito, e batia como se fosse em uma doença terminal, e batia sem esperança nem vontade de viver. A testa franziu, os olhos ficaram tristes de repente, o corpo pendia à posição fetal, querendo proteção. Porque soou tão ríspido? Parecia esfolar tudo em volta, no caminho dos tímpanos pro coração. Não tinha o que abraçar. Seus braços estavam vazios. Mas eles estavam vazios antes, é que agora não havia mais o querer de abraçar. Digo, o querer não parou, mas as palavras não abraçavam mais. Agora era só querer. Desses que se joga pro vento e o vento leva, sem eco. O que tinha era um vasto silêncio, e tudo ficou molhado, saiu dos olhos. O coração agora parecia oco. Dava pra se ouvir o barulho do vento lutando entre as paredes. Imóvel. Não conseguia reagir. Suspirou um fôlego comum e tentou consertar o buraco no peito. Está esperando.