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Mostrando postagens de maio, 2012

Redenção

Às vezes imagino como seria pular de um penhasco. Um lugar bem lindo, abaixo de um céu bem azul. Eu correria como se para alcançar a outra ponta, e, no ar, abriria os braços e olharia para o céu, esperando que meu corpo achasse a pedra e emitisse som de vida. E dessa pedra meu corpo pularia para outra, e outra, em velocidade enganosamente poética, e outra, e outra, como carne sendo amaciada. E seria como se de lá de cima se jogasse um saco cheio de alguma coisa, e ele dançasse nas pedras, e fosse empurrado por elas, de uma pros braços da outra, como se fosse negado. Como em brincadeira de batata quente. E pesado o saco deixava vazar qualquer coisa que tinha dentro, e ia ficando sem forma. Mas emitia som de vida, estalo, rasgão, pancada, som de sangue. Assim seria, misturando a paisagem como em tela de Picasso. Azul, verde, marrom, cinza, verde, azul, marrom cinza verde azul cinzavedemarrom. Até que eu não veria mais, mas som. Ainda ouvia o som de ossos e sangue. ainda sentia