Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de agosto, 2011

Último Ato

Façam a imagem na cabeça: era um palco montado no meio de um pátio grande. Tinham pilastras para sustentar o andar superior e estavam elas espalhadas. Um campo minado pelo escuro que assombrava as altas horas. O palco era iluminado pelos holofotes. Só por segurança. Público mesmo havia nenhum, que pudesse aplaudir. Porque havia sim a glamurosa mãe terra, as copas escuras e dançantes, as coreografadas correntes de vento que levavam as plumas do outono. E o frio. Não frio gelado do inverno. O frio de deitar cabeça no peito dele . Frio de coberta, frio de vinho. Frio só de casaco pra alguns. Pra ele também. Chegou no palco e escorou a mochila no pé, antes de subir. O ar veio suave, entrou por seu peito, gelou suas veias, roubou dele um pouco do calor, e saiu, levando consigo todas as impurezas do dia ruim. As ondas escuras que compunham o cabelo serviam pra esquentar as orelhas, ainda que na parte do alargador faltassem os cachos. Tirou fora o casaco porque dali à frente ele não seria n