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Mostrando postagens de agosto, 2012

Menino, me abraça

Ô, menino, vem pra cá e traz seu abraço, que aconchego melhor ainda vivo procurando. Vem cá e me deixa deitar, ser engolida pelo seu peito. Não vê com malícia meu carinho, é só que sinto saudade de caber todinha entre seus braços e seu coração. Aí depois você abre aquele sorriso e fala: pera, mais um pouco. E me abraça mais e o tempo fica gostoso de passar. Mas a gente se fala como se fossemos desconhecidos. Sabe, eu quero te contar da minha vida. Eu quero ouvir das suas mil namoradas, quero te falar da primeira vez que eu me apaixonei, quero ver um filme com você só pra rir da sua gargalhada, quero jogar pipoca em você, essas coisas que quem se gosta faz. Mas às vezes o assunto acaba e eu não sei que piada fazer, porque antes era tão diferente. Antes fluía tão bem seu riso solto, seu carinho, sua atenção. Hoje a gente se esforça tanto pra isso acontecer que nem parece o quanto é real essa vontade que eu tenho de ter seu abraço de volta. Nem que fosse por aqueles eternos 10 segundos.

A nãaaao, mãe!

Às vezes dá vontade de arte, sabe? De sujar a mão daquela tinta que só vai sair semana que vem; de manchar de tinta vermelha a roupa mais nova; de não guardar os lápis depois e fazer papai tropeçar quando ele chega em casa; de ouvir de longe mamãe gritando "MENINA, A PAREDE NÃAAAO!!!"; de inventar histórias compriiiiiiiiiiidas sem começo nem fim, pé nem cabeça; de fazer desenho na terra, de pintar com giz os móveis todos da casa; de comer o tomate desmanchando a carinha que mamãe fez no prato; de ser livre pra fazer bagunça com a desculpa de ser só uma criança. To muito chata hoje em dia, sabe? MEU DEUS, acho que eu to virando uma adulta! Aneeeem, que saco!