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Mostrando postagens de junho, 2013

Voz(es) das Gentes

Eu me segurei o quanto pude pra escrever esse aqui. Eu tentei me controlar, juro. Esse aqui vai ser político, então se você esperava poesia por poesia, aviso logo que a poesia desse vai estar no final. Eu estava com sincera saudade de ver gente na rua, cartazes e gritos. Tava com saudade da mídia tentado acobertar, da manipulação das fotos, da polícia lutando pra conter o "vandalismo" e fazendo de tudo pra proteger a todo custo a autoridade que o Estado lhe deu. Não vou entrar em méritos de legitimidade, mas eu quero bater palmas, de pé, pra juventude. A minha saudade não é dessas de verdade não, porque eu não me lembro de já ter visto tanta gente de carne e osso na rua por um propósito só. É a saudade da memória que os livros de história põe na sua cabeça, sabe? Pois é. Dessas. Se eu pudesse dava um abraço em cada um que foi às ruas dar a cara a tapa, que se deixou ser chamado de vândalo, de vagabundo, daria mesmo! Dois. Um por ter feito o que fez e outro por  tr

Sem Amor

O terceiro dia de um mês bonito saiu por detrás das montanhas com uma cara pálida de quem não sabe amanhecer. Acordou enxugando com as mangas do moletom a tristeza que escorria raivosamente pela cara amassada, pensando que agora passaria a tal dor desgraçada. Mas ela o acompanhou discretamente por alguns diálogos, afazeres, por algumas horas até. Não sendo forte o bastante ela deixou que a dor a vencesse. Fechou a porta do quarto, sentou na cama e desabou a chorar, de soluços altos, de caretas feias de se chorar, de solidão, de nó, de susto, de saudade, de perda, de tristeza triste, mas tão triste, que lhe roubou a fome. Pensou que mundo ogro seria sem amor. Quis que um bicho lhe mordesse e arrancasse logo o coração, numa dentada só, se isso acontecesse. Não dava pra viver sem amor. Viveria sem teto, sem comida, sem lugar, sem ser, mas sem amor... Ela não saberia. O choro foi embora antes de um minuto, mas a fome não voltou não. A tristeza triste ainda tava lá, o nó, a solidão, a