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"Ô Caroline*, eu preciso te dizer..."

Vejamos... cartas são tão clichês!... Flores?... Não. Romântico demais. Fotos... ela já vai ganhar. Uma abraço é pouco e eu já dei. Ok. Eu não queria, mas pra ela eu só tenho as palavras. Que sejam dignas, pois.

Aniversários são chatos; mas, confesso, uma ótima desculpa pra ter um dia que é só seu. Na minha opinião, para pessoas especiais todos os dias deveriam ser mais do que um dia comum. Todos os dias deveriam ser dias de risada sem fim, dias comemorados, dias de: "Hoje o dia é meu!". Todos os dias deveriam ser de abraços e mais abraços e sinceros desejos de felicidade. Sinceros. E eu, sinceramente, acredito ter feito dos teus dias dias de aniversário. Aqueles dos sorrisos, dos desejos de felicidade, dos longos e significativos abraços.

E o que te faz especial pra mim é inexplicável. Sabe aquela coisa clichê de destino? Aquilo de carma ou coisa assim? Aquelas coisas que todo mundo tenta explicar mas ninguém consegue. O que mexe com o seu rosto quando você vê aquela pessoa, e te faz ter uma vontade incontrolável de sorrir; de tirar de você o melhor: aquele restinho de felicidade da sua segunda-feira de manhã pré aula de química. Que ME faz sorrir quando eu olho nos teus olhos e vejo a sinceridade do seu carinho por mim.

Começou com aquela amizade estranha. Eu gostava muito de você, e nem tinha explicação. Não fazíamos mais aulas juntas, ou oficina, ou nada que fosse. Eu só sentia nos teus olhos uma simpatia intrigante. Até  que um dia, ainda sem muita intimidade com você, desci as escadas correndo com uma folha pautada na mão, cheia de palavras meio organizadas.
 -- ... um poeta aposentado.
Você pareceu em estado de choque. Eu não sabia se acreditava, mas seus olhos pareceram tão sinceros. E eu tremia. E você, olhando pra mim, sorria, de boca aberta e tentava dizer: "sem palavras". Que mal saiu, e que tive que deduzir. E a gente riu uma da cara da outra e se abraçou, porque o horário já nos impedia de fazer qualquer outra coisa que não fosse dirigirmos-nos para nossos respectivos quartos. Eu nem lembro, mas sei que te interrompi; e você não ligou. Pelo contrário, ficou lisonjeada por ter sido a primeira a ler. E assim foi com muitos outros. E talvez por isso, pelo seu apoio, esse blog exista. E talvez por você ter cantado comigo hoje eu não tenha medo de ter na minha frente um microfone, um violão e coragem. Coragem essa que você me deu. Coragem essa que eu coloco em cada palavra escrita, em cada assinatura, em cada dedicatória. E essa é pra você.

*Peço licença ao Seu Jorge. Licença poética.

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