O que me move é a verdade.
A mesma verdade que me devora com olhos de um dragão faminto e irado a cada passo que dou, errante ou mirado. Olhos que, como os teus, buscam encrenca no âmago do meu ser e que seriam capazes de me derrubar se tivessem força. Assim como o mesmo bicho horrendo, tu te fazes conjunto de mil e um outros bichos, te dando assim a suposta força que tens, derrubada a cada palavra por ti pronunciada.
Vieste como demônio a mim. E, enquanto eu achava que tinha tudo sobre controle, ele se mantinha em suas mãos a todo minuto. Até tu tomares as piores decisões; eu ainda sem saber uma gota sobre ti, tu o tinhas e o usavas sem que eu fosse ciente disso.
Aproveitas ainda do que eu te evoluí e usas para dominar mais cabeças "puras". vieste como do inferno. Tentava usar de suas qualidades (poucas, deixa-se claro) para tentar tirar de mim a expressão desconfiada que eu sempre tive.
Quando me vi desarmada, quando reparei o meu estado, já tinha no peito uma faca entalada. O sangue quente escorria pelo meu abdômen, grosso, vermelho-vinho. As pontas dos meus dedos, com frieza, foram até à crista da gota e se deixaram sujar daquela matéria espessa que não me era familiar havia muito tempo. Meus olhos voltados à taça de vinho-tinto que escorria de dentro de mim, fitavam a gota primogênita, que marcava a inauguração da dor. Era o suficiente?
Gritei. De prazer. Sim, prazer da dor. Eu me sentia forte por ainda ouvir o meu coração batendo. Forte o suficiente para puxar a adaga, que passara um tanto quanto longe de qualquer órgão vital.
Incompetente
Idiota o suficiente para me matar pela metade.
Puxei-a com vontade. Vontade tanta que não me impediu de querer sentir cada segundo do que viria a acontecer depois dali. Eu sabia que o sangue iria jorrar com mais força e que, a cada pulso, mais vinho sairia de dentro de mim, tão quente e espesso quanto a primeira gota. E quis assistir.
Depois de algum tempo, cansei de assistir. Estanquei o sangue e limpei a arma. Arrumei o cabelo e, de cara limpa, embrulhei-a e fiz questão de entregar-te eu mesma. Acompanhando, só um bilhete rabiscado:
"A deixou cair."
Mas como eu poderia saber, não é mesmo? Afinal, eu só notei a adaga dentro de mim, não poderia julgar quem foi o assassino mal-sucedido. Mas pude. Suas mãos estavam sujas do meu sangue. Mesmo calor, mesma cor, mesma espessura. A sua resposta foi: Vinho. Palavra acompanhada do mesmo sorriso cínico dea sempre, que foi seguido da minha reciprocidade.
Eu vi que estranhaste meu gesto e então, pela primeira vez, seus olhos se fizeram de vidro. Eu pude ver a mesma adaga dentro do teu próprio coração. Percebeste também a imagem que deixaste transparecer, então eu o dei a opção de fugir. Você não hesitou.
A mesma verdade que me devora com olhos de um dragão faminto e irado a cada passo que dou, errante ou mirado. Olhos que, como os teus, buscam encrenca no âmago do meu ser e que seriam capazes de me derrubar se tivessem força. Assim como o mesmo bicho horrendo, tu te fazes conjunto de mil e um outros bichos, te dando assim a suposta força que tens, derrubada a cada palavra por ti pronunciada.
Vieste como demônio a mim. E, enquanto eu achava que tinha tudo sobre controle, ele se mantinha em suas mãos a todo minuto. Até tu tomares as piores decisões; eu ainda sem saber uma gota sobre ti, tu o tinhas e o usavas sem que eu fosse ciente disso.
Aproveitas ainda do que eu te evoluí e usas para dominar mais cabeças "puras". vieste como do inferno. Tentava usar de suas qualidades (poucas, deixa-se claro) para tentar tirar de mim a expressão desconfiada que eu sempre tive.
Quando me vi desarmada, quando reparei o meu estado, já tinha no peito uma faca entalada. O sangue quente escorria pelo meu abdômen, grosso, vermelho-vinho. As pontas dos meus dedos, com frieza, foram até à crista da gota e se deixaram sujar daquela matéria espessa que não me era familiar havia muito tempo. Meus olhos voltados à taça de vinho-tinto que escorria de dentro de mim, fitavam a gota primogênita, que marcava a inauguração da dor. Era o suficiente?
Gritei. De prazer. Sim, prazer da dor. Eu me sentia forte por ainda ouvir o meu coração batendo. Forte o suficiente para puxar a adaga, que passara um tanto quanto longe de qualquer órgão vital.
Incompetente
Idiota o suficiente para me matar pela metade.
Puxei-a com vontade. Vontade tanta que não me impediu de querer sentir cada segundo do que viria a acontecer depois dali. Eu sabia que o sangue iria jorrar com mais força e que, a cada pulso, mais vinho sairia de dentro de mim, tão quente e espesso quanto a primeira gota. E quis assistir.
Depois de algum tempo, cansei de assistir. Estanquei o sangue e limpei a arma. Arrumei o cabelo e, de cara limpa, embrulhei-a e fiz questão de entregar-te eu mesma. Acompanhando, só um bilhete rabiscado:
"A deixou cair."
Mas como eu poderia saber, não é mesmo? Afinal, eu só notei a adaga dentro de mim, não poderia julgar quem foi o assassino mal-sucedido. Mas pude. Suas mãos estavam sujas do meu sangue. Mesmo calor, mesma cor, mesma espessura. A sua resposta foi: Vinho. Palavra acompanhada do mesmo sorriso cínico dea sempre, que foi seguido da minha reciprocidade.
Eu vi que estranhaste meu gesto e então, pela primeira vez, seus olhos se fizeram de vidro. Eu pude ver a mesma adaga dentro do teu próprio coração. Percebeste também a imagem que deixaste transparecer, então eu o dei a opção de fugir. Você não hesitou.
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