Meus destalentos me pegam de tropeço por vezes.
Não vou negar que tenha lá minhas habilidades. Sei fazer uma janta, tirar um barulhinho do violão, até essas coisas artesanais não são tanto um bicho de sete cabeças, mas dançar...
Tenho uns tantos desafetos.
Verdade que afetos tenho muitos, e eles estão espalhados por esse país nada pequeno. Deles eu faço pequenos lares, e cada afeto carrega um pedacinho do que sou eu (e às vezes me pergunto se sobrou eu pra mim), mas outras pessoas me fazem entortar o nariz, confesso. São umas ideologias tortas, são algumas vidas vazias, em muitos uma síndrome de zumbi (que até me mordeu, bitch!) e uns orgulhos dos grandes.
Em mim existem dessabores, daqueles de fazer careta.
Mas sempre tem aquele doce suave que com o cítrico faz um céu na boca de fofura. Só são mesmo dessabores mesmo quando mistura doce com sal, ou é muito qualquer coisa. Quando azeda, arde o nariz, pinica, coça, corrói. Quando palpita, repete, insiste, cutuca. Quando passa bem de leve só pra fazer aquela cócega inesperada.
Não falta na vida um pedaço de descoberta.
Tem aquelas surpresas ruins, que espremem com a mão o que a gente chama de alma. Quando parece que o pulmão é bem fraquinho pra conseguir puxar o ar. Mas tem aquela conversa boa de duas palavras, que muda 200 músculos ao mesmo tempo e faz você sorrir até por dentro.
Sempre vai ter o desvazio. Ou espero.
Vai ter um dia que você faz descobrir que tem acordado desbotado. Vai olhar pra você e ver que tá desgastado, igual cardápio de restaurante de esquina. Se o espelho te encarar, vai ver que tudo em você tá um pouco mais grotesco e você nem tinha notado. Seu pedaço mais bonito vai parecer subitamente uma coisa meio extraterrestre e você vai procurar nas suas linhas onde foi que você deixou de ver. Sua sorte vai ser ter alguém bonito por perto, porque quando você acordar assim, acredite, você não vai querer ser feio sozinho. Você vai descobrir uma vaziês dessas silenciosas, de ecoar o som do sangue correndo dentro de você. O som vai ficar ensurdecedor, porque acompanhando ele tem um nada dos grandes que é tão chato que nem barulho faz. Mas eu desejo a você que, quando isso acontecer, você tenha uma mão pra apertar. Apertar bem forte, pra dizer um não me deixa inconfundível. Eu desejo a você olhos carinhosos e encorajadores, mas também inteligentes. Eu desejo que você entenda que não pode haver música dentro do vazio, e que você vai ter que achar as métricas no som das veias pra construir a melodia que vai encher o buraco de você. Quando isso acontecer, você vai se descobrir lá dentro e vai concluir que o vazio não é o nada. É você no nada.
Então você vai entender que o vazio foi pretexto da vida pra te mostrar você.
Não vou negar que tenha lá minhas habilidades. Sei fazer uma janta, tirar um barulhinho do violão, até essas coisas artesanais não são tanto um bicho de sete cabeças, mas dançar...
Tenho uns tantos desafetos.
Verdade que afetos tenho muitos, e eles estão espalhados por esse país nada pequeno. Deles eu faço pequenos lares, e cada afeto carrega um pedacinho do que sou eu (e às vezes me pergunto se sobrou eu pra mim), mas outras pessoas me fazem entortar o nariz, confesso. São umas ideologias tortas, são algumas vidas vazias, em muitos uma síndrome de zumbi (que até me mordeu, bitch!) e uns orgulhos dos grandes.
Em mim existem dessabores, daqueles de fazer careta.
Mas sempre tem aquele doce suave que com o cítrico faz um céu na boca de fofura. Só são mesmo dessabores mesmo quando mistura doce com sal, ou é muito qualquer coisa. Quando azeda, arde o nariz, pinica, coça, corrói. Quando palpita, repete, insiste, cutuca. Quando passa bem de leve só pra fazer aquela cócega inesperada.
Não falta na vida um pedaço de descoberta.
Tem aquelas surpresas ruins, que espremem com a mão o que a gente chama de alma. Quando parece que o pulmão é bem fraquinho pra conseguir puxar o ar. Mas tem aquela conversa boa de duas palavras, que muda 200 músculos ao mesmo tempo e faz você sorrir até por dentro.
Sempre vai ter o desvazio. Ou espero.
Vai ter um dia que você faz descobrir que tem acordado desbotado. Vai olhar pra você e ver que tá desgastado, igual cardápio de restaurante de esquina. Se o espelho te encarar, vai ver que tudo em você tá um pouco mais grotesco e você nem tinha notado. Seu pedaço mais bonito vai parecer subitamente uma coisa meio extraterrestre e você vai procurar nas suas linhas onde foi que você deixou de ver. Sua sorte vai ser ter alguém bonito por perto, porque quando você acordar assim, acredite, você não vai querer ser feio sozinho. Você vai descobrir uma vaziês dessas silenciosas, de ecoar o som do sangue correndo dentro de você. O som vai ficar ensurdecedor, porque acompanhando ele tem um nada dos grandes que é tão chato que nem barulho faz. Mas eu desejo a você que, quando isso acontecer, você tenha uma mão pra apertar. Apertar bem forte, pra dizer um não me deixa inconfundível. Eu desejo a você olhos carinhosos e encorajadores, mas também inteligentes. Eu desejo que você entenda que não pode haver música dentro do vazio, e que você vai ter que achar as métricas no som das veias pra construir a melodia que vai encher o buraco de você. Quando isso acontecer, você vai se descobrir lá dentro e vai concluir que o vazio não é o nada. É você no nada.
Então você vai entender que o vazio foi pretexto da vida pra te mostrar você.
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