Eu me segurei o quanto pude pra escrever esse aqui. Eu tentei me controlar, juro. Esse aqui vai ser político, então se você esperava poesia por poesia, aviso logo que a poesia desse vai estar no final.
Eu estava com sincera saudade de ver gente na rua, cartazes e gritos. Tava com saudade da mídia tentado acobertar, da manipulação das fotos, da polícia lutando pra conter o "vandalismo" e fazendo de tudo pra proteger a todo custo a autoridade que o Estado lhe deu. Não vou entrar em méritos de legitimidade, mas eu quero bater palmas, de pé, pra juventude.
A minha saudade não é dessas de verdade não, porque eu não me lembro de já ter visto tanta gente de carne e osso na rua por um propósito só. É a saudade da memória que os livros de história põe na sua cabeça, sabe? Pois é. Dessas.
Se eu pudesse dava um abraço em cada um que foi às ruas dar a cara a tapa, que se deixou ser chamado de vândalo, de vagabundo, daria mesmo! Dois. Um por ter feito o que fez e outro por trazer esperança pra esse Brasil tão esquecido pelos próprios brasileiros.
Vou dizer agora meu porquê:
Conseguimos. Aliás, vocês conseguiram por nós, que ficamos sentados reclamando do trânsito que ficou caótico. Vocês conseguiram não só por vocês, mas por aqueles que xingaram vocês de vagabundos. Vocês conseguiram não só fazer valer nossos direitos, vocês conseguiram mostrar pra o mundo que a democracia não é tão fachada assim.
Eu quero fazer o pouco que eu posso e agradecer a todo mundo que foi às ruas, lutar pelo direito de todo mundo que não foi às ruas também.
O juiz já bateu o martelo por aqui (Goiânia) e a tarifa que já era cara não vai subir ainda mais coisa nenhuma, porque quando o povo quer, ele tem voz. Vocês tem voz. Nós temos voz. O Brasil pode ser mais bonito sim, mas a gente tem que fazer acontecer.
A poesia é essa aqui: gente.
Cores, olhares, tamanhos, gritos, timbres, tons, batuques, cartazes, peles, suor, cérebros.
O ser humano é poesia. Ele só tem que querer ser.
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