Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de dezembro, 2010

Vermelha com Bolinhas

Esperava a hora certa de fazer esse post. Afinal, o que dá nome ao blog é uma música, bem como Capitu. Também composta por mim, mas não devo tirar os créditos de Thaís Alencar, que também compôs a música;. A ideia surgiu quando levei uma joaninha para a Thaís. A pobre coitada não tinha bolinhas e era meio laranjada, o que fez com que a Thaís não acreditasse que o bicho era de fato uma joaninha. Foi aí que então eu disse a ela a frase que guia a música: "Nem toda joaninha é vermelha com bolinhas", na tentativa de convencê-la. Mas "isso dá uma música". Ela andava pela cidade Maquiagem, salto alto e rosa choque Armada com um cartão de créditos Pronta pra acabar com os estoques Luzes piscantes e coloridas Álcool, dança e suor Breve rotina de uma patricinha Que acredita que a vida é isso e só REFRÃO: Nem toda joaninha é vermelha com bolinhas. As aparências enganam, minha avó já dizia. Por mais que isso fosse normal, seus pais a condenariam. Bem ou mal q

Beijos, cansei.

Hoje sonhei com você, e, adivinha? era só um sonho. Não que eu quisesse que fosse realidade, porque eu realmente queria, mas é que eu já nem quero mais, de tanto insistir. Porque eu mesma to me achando um saco apaixonada. E me acho um saco toda vez que peço pra gente sair, toda vez que você me diz que tá muito ocupado, toda vez que eu desisto e depois insisto de novo. e também acho um saco essa persistência chata que me sufoca desde a primeira vez que eu quis desenhar no muro de casa usando um pedaço de carvão. Sabe de uma coisa? Eu tô cansada de tentar parar de gostar de você. Cansada de chamar isso que eu sinto de amor e cansada de todos os dias ter que repetir pra mim mesma que é só uma fase. Então, também cansarei de escrever sobre você. Esperando pelo dia em que rirei deste post. Beijos, cansei.

Capitolina.

Antes, um pouquinho de história. Essa música é baseada no livro Dom Casmurro, de Machado de Assis. O que o faz dessa uma versão da história narrada pela personagem Capitolina (Capitu), tentando não quebrar o suspense que constrói a trama: Bentinho foi ou não foi traído? A música foi composta por mim, Thayô Amaral, e teve o instrumental repaginado pela banda Guardavento. Hoje, o clipe da música participa do concurso Literatura em Vídeo; em breve deixarei o link do clipe, para que possam assistir. "Dissimulada". Me chame do que quiser. Diga-me que os meus olhos tentam te convencer. "Dramática","Lágrimas de Jacaré"... Faça-me ir à janela e olhar o garoto montado no pangaré. Não é um seminarista qualquer que vai me deter, Que suas desconfianças caminhem pro inferno e levem você. O meu nome é Capitu. Ei, Casmurro! Prometi casar-me contigo. Minha melhor amiga até se casou com seu melhor amigo. Aproveite, chame-os para jantar. Talvez banquete, quem

Não fique mal, é uma história de amor

(Presente) Não quero nenhum discurso positivista vindo de você. Não quero escutar de você o que eu sempre escutei dos outros. Então, larga do meu pé. Acabou e só. Parte pra outra, desencana. Eu tô bem. Você não precisa saber que o outro me espera; que é por ele que meu coração acelera, a respiração fica ofegante e a vida parece ter trilha sonora. Que é quando o nome dele soa que eu fico vermelha, abaixo a cabeça e suspiro. Não se sinta mal por eu não ter te amado tanto quanto você me amou, ou tanto quanto amei o outro; eu só amei, coisa que você deve saber que não se escolhe. Eu te quis por perto, tentei me focar em você, em nós. A aliança era linda, aliás. Eu tentei, mas tente me entender... Ele também tentou, eu via. Ele com ela, ela com os beijos que eram meus e você, tendo nas mãos o que era pra ser dele. Mas quando acabou tudo do lado de lá; quando os beijos que eram meus estiveram livres pra serem meus de novo; quando ele não era mais dela, eu (finalmente) percebi que, sem q

Vinho-Tinto

O que me move é a verdade. A mesma verdade que me devora com olhos de um dragão faminto e irado a cada passo que dou, errante ou mirado. Olhos que, como os teus, buscam encrenca no âmago do meu ser e que seriam capazes de me derrubar se tivessem força. Assim como o mesmo bicho horrendo, tu te fazes conjunto de mil e um outros bichos, te dando assim a suposta força que tens, derrubada a cada palavra por ti pronunciada. Vieste como demônio a mim. E, enquanto eu achava que tinha tudo sobre controle, ele se  mantinha em suas mãos a todo minuto. Até tu tomares as piores decisões; eu ainda sem saber uma gota sobre ti, tu o tinhas e o usavas sem que eu fosse ciente disso. Aproveitas ainda do que eu te evoluí e usas para dominar mais cabeças "puras". vieste como do inferno. Tentava usar de suas qualidades (poucas, deixa-se claro) para tentar tirar de mim a expressão desconfiada que eu sempre tive. Quando me vi desarmada, quando reparei o meu estado, já tinha no peito uma faca

um conto qualquer.

Das minhas mãos, no box úmido, escorriam gotas e mais gotas, incontroláveis. E elas também não pareciam saber o que eu faria nesse momento tão delicado. Nem as gotas nem as minhas mãos, já leves (não pareciam mais carregar aquele peso, qualquer que ele fosse) que, subiram num instante aos meus cabelos molhados para tirá-los do rosto (trejeito meu, inclusive, que indica um momento de preocupação ou simples busca por soluções) . Ao me enrolar na toalha, me apoiei na pia e olhei pra mim mesma através do espelho pouco embaçado. Canalha. Abaixei a cabeça e olhei para uma das minhas pulseiras (eram 16, nunca padronizadas) . O lápis de olho borrado e o batom que à essa altura não pertencia mais a meus lábios me diziam repetidamente que eu nunca deveria ter feito. A porta que dava pro quarto estava só escorada. Pela fresta dava pra ver que foi real. Todas aquelas peças de roupa espalhadas pelo chão me traziam nojo de mim mesma. Abro a porta e lá está ele ainda na cama. Deitado de bruços

Poeta Aposentado

Jaz aqui a minha poesia -- eu já há tanto tempo não nomeava assim os versos que escrevia. E hoje morrem todos eles: eles, as métricas, as metáforas e os sonetos, porque até a morte hoje é em efeito dominó. Eu era poeta à moda antiga, que fazia da chuva cenário para o amor; hoje, me recuso a comparar meus versos aos dos poetas tecnológicos, que escrevem " As dez maneiras de se apaixonar: Edição especial para dias de chuva" -- e publicam em revistas! À essa altura, meus caros, já não faço questão de rimar. Ninguém mais aceita o romantismo imaculado. Hoje, dominam a poesia os poetas de meias palavras, de "abrevietudes" e versos diretos: versos diretamente grosseiros e horrendos, que nem prezam as leis sociais da boa convivência. Foi-se o tempo que amar era bom -- e junto com ele as gentilezas, os olhares, a educação, queridos! É... Porque hoje é um esforço enorme para dizer bom dia. Surpreendam-se então com o esforço que faziam: tirar o chapéu da cabeça, levá-lo ao