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Declaração Subliminar

De todos os hipócritas, eu sou a maior.
Não porque sou mais hipócrita, mas porque conheço as minhas hipocrisias.
Poderia citá-las aqui em uma lista, mas não farei isso pra não ser julgada:
primeira confissão.
Eu poderia, e sim, seria muito fácil, esquecer das minhas convicções e me tornar uma só com a fachada que apresento às pessoas. Mas a fachada não sou eu.
E o meu eu não pode ser fachada.
Meu eu é contraditório, surpreendente (e clichê),
aventureiro, monótono, tedioso,
péssimo em matemática e anti-capitalista.
Meu eu é medroso também. Tanto que ninguém sabe quem sou eu. Quem sabe, nem dessa dimensão é.

Meu eu é a favor do amor, acima de tudo e de todos. Meu eu quer amar e ser amado, sem fachada, e sem hipocrisias.
Mas eu sou hipócrita. E cínica.
Meu eu não olha a quem.
Meu eu é infantil e idiota. Bobalhão, atrapalhado, incoerente.
Meu eu gosta de literatura e poesia. Meu eu faz músicas sem rima e zilhares de declarações que nunca sequer saíram da minha cabeça. Meu eu explode de amor.
Mas sobre isso eu não posso falar.
A fachada não deixa.

Fica aqui então minha declaração subliminar:
Eu sei que vou te amar, por toda a minha vida.

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