Quero
fazer uma experimentação, se me permitem.
É uma experimentação literária,
Se permitam.
A música será o plano de fundo. Coloquem fones. Não aumentem muito o volume. Leiam pausadamente, sem pressa. Sintam.
Há imperativos entre parênteses. São pra vocês.
Nesse momento, peço que copiem o link e colem no navegador, e se certifiquem de que a música irá começar.
http://www.youtube.com/watch?v=QRUEWW48dhg
Feito?
Vamos ao texto:
Viajava dentro da mente porque não haveria de ser diferente. O dia não iria acabar de um jeito melhor do que os anteriores, ou os futuros. O corpo pesava e arrastava as dores de uma vida fácil, mas sofrida de um jeito quase verdadeiro.Pensou em como as horas passavam de um jeito inconveniente. Em como era áspero
seu jeito de viver a vida, sem nada que a fizesse não pensar no quão maçante era o ato de viver.
(Suspire)
Cada suspiro trazia consigo a densidade de dois segundos de vida, que passavam como em câmera lenta. E quanto via, eram minutos. Minutos que passavam como se fossem elefantes em uma manada. Corriam, mas andavam pouco, pesados, fazendo tremer o chão. Quando percebia, eram horas. Horas que passavam como se não tivessem passado. Horas vazias. Horas de vento. Sem vento.
Tentou um suspiro desses que trazem vida, mas não trouxe mais que ar. Mas de ar ela já estava cheia. Cheia. Chega. Ela queria desses momentos em que o ar falta. Em que o coração não tem preocupação de bater num ritmo só. Desses que se pode rir só por rir mesmo. Nem exigia que tivesse graça. Só queria mostrar os dentes pra o mundo. Queria que o mundo visse que ela vive. Que ela pode flutuar. E podia?
Flutuar. Que verbo é esse que humano não pode imitar? Que diabo de verbo foi feito pra ser desejado por nós, que tanto pesamos, que tanto nos fincamos nas certezas burras do universo?
Que estupidez criar verbos assim. Que estupidez não criarmos verbos pra serem vividos, mas falados. Mas ela não decidiu por viver não. Quis descobrir o que era flutuar. Colocou seus fones de ouvido e fechou os olhos.
(Faça. Feche os olhos.)
É uma experimentação literária,
Se permitam.
A música será o plano de fundo. Coloquem fones. Não aumentem muito o volume. Leiam pausadamente, sem pressa. Sintam.
Há imperativos entre parênteses. São pra vocês.
Nesse momento, peço que copiem o link e colem no navegador, e se certifiquem de que a música irá começar.
http://www.youtube.com/watch?v=QRUEWW48dhg
Feito?
Vamos ao texto:
Viajava dentro da mente porque não haveria de ser diferente. O dia não iria acabar de um jeito melhor do que os anteriores, ou os futuros. O corpo pesava e arrastava as dores de uma vida fácil, mas sofrida de um jeito quase verdadeiro.Pensou em como as horas passavam de um jeito inconveniente. Em como era áspero
seu jeito de viver a vida, sem nada que a fizesse não pensar no quão maçante era o ato de viver.
(Suspire)
Cada suspiro trazia consigo a densidade de dois segundos de vida, que passavam como em câmera lenta. E quanto via, eram minutos. Minutos que passavam como se fossem elefantes em uma manada. Corriam, mas andavam pouco, pesados, fazendo tremer o chão. Quando percebia, eram horas. Horas que passavam como se não tivessem passado. Horas vazias. Horas de vento. Sem vento.
Tentou um suspiro desses que trazem vida, mas não trouxe mais que ar. Mas de ar ela já estava cheia. Cheia. Chega. Ela queria desses momentos em que o ar falta. Em que o coração não tem preocupação de bater num ritmo só. Desses que se pode rir só por rir mesmo. Nem exigia que tivesse graça. Só queria mostrar os dentes pra o mundo. Queria que o mundo visse que ela vive. Que ela pode flutuar. E podia?
Flutuar. Que verbo é esse que humano não pode imitar? Que diabo de verbo foi feito pra ser desejado por nós, que tanto pesamos, que tanto nos fincamos nas certezas burras do universo?
Que estupidez criar verbos assim. Que estupidez não criarmos verbos pra serem vividos, mas falados. Mas ela não decidiu por viver não. Quis descobrir o que era flutuar. Colocou seus fones de ouvido e fechou os olhos.
(Faça. Feche os olhos.)
Comentários
Postar um comentário