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Mostrando postagens de janeiro, 2012

Esquecer

Ela suspirou um suspiro engasgado; e foi embora. Foi a última coisa que escutei dela. Desviei o olhar e deixei-a ir. Fechou a porta da frente e jogou a chave por debaixo da porta - pra provar que não havia a possibilidade de voltar. Agora todos estavam sozinhos... Como o destino previa. Vi o livro em cima da cama. Corri pra levar a ela, mas ela já tinha ido. Deixou a chave e gotas no piso do apartamento. Salgadas e, pra mim, amargas. O livro ficou agora no sofá, com o meu casaco jogado do lado, que ainda tinha o cheiro dela. Eu não quis mostrar compreensão ou o mínimo de afetividade. Ela tinha que ir. Tinha que crescer. E me deixar crescer. Ela passou pela porta e eu não olhei. Não queria guardar aquela imagem. Ia ficar atormentando o sono, me incomodando os livros, me atordoando as palavras. Pra o tédio não me consumir, saí. Tinha fumaça, flash's verdes, roxos, azuis... Tinham mulheres, tinha um copo. E agora tinha o desenho do meu teto. Tinha alguém do meu lado. Os lençóis.

Máscara

Ei, licença, posso usar essa sua... Isso que tá aí no seu rosto, essa... Como é o nome disso, meu Deus? Ai, faz tanto tempo que eu não uso... LEMBREI. Me empresta essa simpatia aí. Essa, menina, que você não cansa de usar, e que nunca tira da cara, que faz todo mundo crer que seu mundo é perfeito e cheio de borboletas coloridas voando livremente entre campos gramados impecavelmente verdes. Me empresta um pouquinho só, me deixa ver o teu mundo como é. Nós duas sabemos que campos e borboletas não duram mais do que 15 minutos, 20 se tiver sorte. Me conta teus medos. Você não é indestrutível, você não precisa ser a base de todo mundo. Vem, eu te empresto meu ombro em troca. Aliás, pode ficar com ele se quiser. Derrama as lágrimas que tanto ficaram presas durante os anos de uma juventude atípica. Eu te convido agora pra viver comigo o que você quiser. Te dou meus minutos, minhas horas, meus dias. Vem, menina, se deixa ser. Eu posso ler pra ti um bom livro, a gente pode ouvir boa m