Se você quer ser um cronista de mão cheia, vire taxista. Se trinta minutos num táxi rendem cinco crônicas, duas músicas, três matérias na VEJA e um livro de piadas, imagine o acervo de quem comanda o volante de um desses amarelinhos todos os dias. Certa noite de novembro, precisei utilizar o serviço de um jovem taxista. No caminho para o aeroporto, curiosa, quis saber a aventura mais exótica pela qual o moço tinha passado em seus quatro anos de profissão. Ele se riu e sem demora começou a narrar: Em uma noite dessas, me chamaram pelo rádio. Era uma corrida de um motel. La fui eu, já imaginando... Motel, vou pegar um casal e tudo bem. Quando eu cheguei lá, era um cara feio pra burro! E a menina era maravilhosa – cara de revista. Aí o rapaz chegou pra mim e disse que a corrida era pra Rocinha. Eu já tinha a...