Foi o seu jeito de olhar pra tudo e não prestar atenção em nada que me chamou a atenção. Aqueles brincos fluorescentes que contrastavam com o seu cabelo castanho escorrido, que caiu pelo ombro na primeira vez que você falou o meu nome, que saiu meio falho, gaguejado e assustado no medo de errar. Eu também reagi assim, gaguejado, falho e assustado por você ter falado o meu nome. Para provar o meu orgulho próprio, só um sorriso escondido no canto da boca. Queria saber onde eu moro. Quando eu falei ela não ficou surpresa... provavelmente já sabia, mas queria escutar a minha voz direcionada a ela. E essa foi a nossa primeira conversa. Pelo resto da tarde, trocamos poucas palavras ou sorrisos. Mas foram todos eles inteiramente nossos, atenciosos, carinhosos e claros. Saí de lá com cada um deles na cabeça. E assim acordei; com eles gravados como se fossem especialmente únicos, ou unicamente especiais. *** Já não sei mais como fingir um sorriso que não é meu pra você; e só tem dois dia...